Claro que o cineasta estrangeiro mais português não terá visto Alis Hubbo, de Paulo Abreu, documentário sobre a Lisboalândia destes dias, filmado num tuk-tuk e especialista em gozar com estes turistas tolos que assaltam Lisboa. Não o terá visto pois o filme ainda não estreou em solos europeus para além do circuito de festivais. Mas o seu Lisboa Revisitada aborda o mesmo flagelo e aplica a mesma ironia, embora aqui. especificamente, estejamos perante o regresso aos locais de rodagem dos filmes anteriores do cineasta, em Lisboa, assistindo às rápidas mudanças que aconteceram na capital nos últimos anos ( da gentrificação à turistificação,)…. O que é mais interessante é a forma como dialoga com as imagens de A Religiosa Portuguesa.
Se esta curta tiver uma utilidade mais transcendental é fazer-nos gostar ainda mais de A Religiosa Portuguesa e elucidar-nos que o amor do cineasta à Lisboa que já não existe é sério e bonito. Um filme que faz muito sentido ver em Serralves, na Casa do Cinema, num espaço de instalação da sua exposição A Imagem da Palavra. Não é uma obra que mude o que já sabemos de Green, mas tem um charme sacana que convence…
Em exibição diária na exposição A Imagem da Palavra, na Casa do Cinema.