Alma Viva é o grande vencedor dos Prémios Cinetendinha

Os prémios do programa Cinetendinha (SIC Radical) foram entregues este sábado no Cineteatro Louletano. A Academia Cinetendinha, composta por críticos, atores, cineastas e programadores, considerou Alma Viva, de Cristèle Alves Meira, o melhor filme nacional de 2022. É mais uma distinção para uma obra surpreendente e que continua a somar elogios e galardões.

A realizadora, que assina aqui a sua primeira longa-metragem, e que se encontra em Bordéus a trabalhar num novo projecto mas participou por vídeo na cerimónia, agradeceu aos votantes a motivação que representa o prémio da Academia Cinetendinha.

Nesta terceira edição da gala anual do programa de Rui Pedro Tendinha, Ana Padrão, uma das atrizes de Alma Viva, levou para casa o troféu para a melhor interpretação feminina, sucedendo assim a Anabela Moreira, que esteve presente em Loulé para um dos momentos da noite – a revelação de qual foi o melhor ator de 2022.

Ana Padrão, que recebeu o prémio das mãos de Sílvia Rizzo, disse que sempre acreditou no êxito de Alma Viva, sendo os prémios – para a realizadora e para a protagonista – a confirmação dessa aposta.

Nesta categoria, a dos intérpretes masculinos, foi Albano Jerónimo o premiado pelo seu trabalho em Restos do Vento, realizado por Tiago Guedes – uma dupla que já estivera por detrás do sucesso de A Herdade. Visivelmente emocionado, Albano Jerónimo agradeceu aos votantes e à organização, e transmitiu o desejo de que o galardão constitua igualmente uma chamada de atenção para as pessoas com dificuldades e necessidades especiais como as que Restos do Vento retrata.

Na categoria internacional, o eleito como melhor filme foi Os Fabelmans, a obra autobiográfica de Steven Spielberg. A correspondente claquete de Madeira chegará às mãos de Spielberg pela NOS Audiovisuais, a distribuidora de Os Fabelmans em Portugal.

Durante a cerimónia, como habitualmente apresentada pelo próprio Rui Pedro Tendinha, o prémio Tributo foi para Virgílio Castelo, há muitos anos presença incontornável nos ecrãs portugueses, no grande, no pequeno e também atrás das câmaras. Entregue pelo vereador David Pimentel em representação do Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, o troféu é a celebração da carreira de alguém que já foi dirigido por cineastas como Artur Ribeiro, Joaquim Leitão ou João Botelho.

Virgílio Castelo, que lembrou que em 2024 faz 50 anos de carreira, chamou a atenção para o percurso feito pelo país e pelo cinema português desde 1974, ano fundador da atividade profissional do ator. “Portugal é hoje um país muito mais interessante do que era, e os filmes, a televisão, a cultura” podem continuar a contribuir para esse país melhor.

Quanto ao prémio Futura, que tem como vocação ser um incentivo a um talento emergente, e que foi entregue por Manuel Baptista, do Loulé Film Office, a contemplada foi Iris Cayatte, atriz que é, mais do que uma das grandes revelações do cinema português, já um talento confirmado.

Iris Cayatte agradeceu “a todos os realizadores” que a têm dirigido e filmado, nomeadamente Fernando Vendrell e Simão Cayatte, deixando, também ela, uma referência para a motivação que é para si este reconhecimento da Academia Cinetendinha.

O evento teve ainda uma intervenção musical a cargo de Velhote do Carmo, que com o seu trio tocou duas canções e cujo talento pôs um sorriso feliz em toda a plateia.

A gala dos prémios Cinetendinha, que poderá ser acompanhada na SIC Radical no próximo dia 3 de Fevereiro, esteve integrada na Algarve Film Week e nela foram mostradas as primeiras imagens de filmes que vão chegar às salas em 2023 como Sombras Brancas, de Fernando Vendrell, e de Vadio, de Simão Cayatte.