THE TRIAL OF CHICAGO 7/Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin, com Frank Langella e Joseph Gordon-Levitt
Uma das maiores estrelas da escrita para argumento em cinema está de volta na cadeira do realizador. Mas tal como Molly’s Game, Aaron Sorkin em The Trial of Chicago 7 faz um filme de argumentista, um exercício de estilo com tiques perfeccionistas acerca da liberdade de expressão a partir dos famosos protestos em Chicago durante a convenção democrata em 1968. O género do “filme de tribunal” é posto em marcha com uma exuberância nos diálogos e uma musicalidade nas palavras. Mais do que nunca, Sorkin demonstra os prazeres dos ecos do teatro (é preciso não esquecer que o homem veio do texto teatral…) mas a surpresa aqui é alguma capacidade lúdica de encenar factos e transformar um julgamento em espetáculo total.
Ajuda (e muito) ter atores em tom de júbilo como Michael Keaton, Sacha Baron Cohen, Eddie Redmayne e Mark Rylance. E ajuda também um humor imprevisível que leva o filme para direções inesperadas, mas daí até haver este “media hype” da crítica americana a tentar levar o filme para a temporada dos prémios, calma!
Os 7 de Chicago estreia agora antes das eleições americanas para mostrar que é preciso combater a soberba republicana. Obviamente que é imparcial. Obviamente que tem um ritmo pulverizador e um vigor que se recomenda. A tradição de liberal de um filme político a sério não está extinta.
Na Netflix, dia 15 de Outubro