Tesla, de Michael Almereyda (dia 7 nos cinemas)

 

https://www.youtube.com/watch?v=ScYQkzb5sE4

É um filme contra os biopics. A história de Nikola Tesla, o inventor e o futurista: o seu conflito com o amigo (amigo entre “) Edison e a relação de conflito com o milionário J.P. Morgan ou o capitalismo a matar uma ideia de utopia americana. Mas em Tesla, o filme, nada é o que parece. Contra as convenções, este Tesla de Ethan Hawke vagueia pelos factos históricos, seja a projeção da turbina das cataratas do Niagara, seja sobre a sua fase de pobreza extrema. Almereyda marimba-se para a progressão dramática e isso é o mais festivo num filme que prefere que os interlúdios informativos sejam dados pelos próprios atores a olhar para a câmara. Depois, o espetador olha para o ecrã e descobre Hawke em cenários de telão que lembram a brilhante ideia do Botelho de Os Maias.

Experiência plástica que é capaz de colocar o protagonista a cantar Everybody Wants to Rule the World, dos Tears for Fears, Tesla é igualmente uma fábula sobre o fascínio que todos temos pelos perdedores-vencedores.

Afinal, este imigrante é filmado como um artista. Talvez seja a melhor forma de enaltecer uma ideia de mito. Será afinal uma “homenagem” a Elon Musk?!