Mektoub- Meu Amor, Canto Primeiro, de Abdellatif Kechiche
Uma questão de energia sexual. Kechiche a filmar uma ilusão de desejo romântico e sexual. Odisseia amorosa numa França dos anos 90 que em breve terá continuação. Tal como em A Vida de Adéle, há uma força nos planos que parece parar tudo. Em França foi acusado de olhar perverso masculino, mas a câmara de Kechiche está apenas interessada na verdade.
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Mader Massora e João Salaviza
O filme “brasileiro” feito por Salaviza e a sua mulher, um mergulho numa comunidade de índios krahô no interior do Brasil. Viagem porum território de fábula com cinema do real em estado de graça. De uma beleza rara que poucos filmes de índole etnográfica conseguem ter. Não foi por acaso que em Cannes, no Un Certain Regard, foi premiado.
Os Irmãos Sisters, de Jacques Audiard
Joaquin Phoenix, John C. Reilly e Jake Gyllhenhaal são as estrelas do primeiro filme na América do realizador francês de De Tanto Bater o Meu Coração Parou. Audiard faz um western insolente sobre dois irmãos contratados para despachar um prospector de ouro. Tem tanto de balada desencantada como homenagem nostálgica ao género.
Se Esta Rua Falasse, de Barry Jenkins
Vai ser um dos filmes com nomeações garantidas nos Óscares. Trata-se da adaptação do romance de James Baldwin pelo cineasta de Moonlight. Barry Jenkins filma esta história de injustiça racial sem urgência política mas com uma melosa continência a um “feeling” afro-americano. O “black is beatiful” de Baldwin é genuíno e nada hermético.
Nós, de Jordan Peele
Depois de Foge, Peele regressa com outro filme de terror com mensagem de subversão. Pouco se sabe ainda deste acontecimento, mas trata-se de uma história de uma família aterrorizada por versões deles próprios. Tem para já um dos melhores trailers dos últimos tempos. É o filme mais esperado desta temporada.