Se não houver mais recuos ou antecipações, os cinemas reabrem todos a 2 de julho e está prevista uma bonita invasão de cinema português. Se na América chegam notícias de adiamentos, por cá estão programados alguns belos filmes portugueses, a começar por Faz-me Companhia, de Gonçalo Almeida, conto de terror no feminino. O filme tem feito um belo circuito internacional e é uma história de fantasmas numa pequena piscina alentejana. Filipa Areosa e Cleia Almeida estão estupendamente dirigidas por um jovem cineasta que já deveria estar a trabalhar fora de Portugal…
Faz-me Companhia começa a arrepiar-nos logo dia 2, enquanto uma semana depois temos viagem até às tascas de Guimarães para o novo de Rodrigo Areias, Surdina, comédia melancólica sobre um homem abandonado pela mulher. Surdina é escrito por walter hugo mãe e tem música lindíssima de Tó Trips.
Nessa mesma data, três curtas juntam-se para uma sessão especial no Ideal. As curtas são Ruby, de Mariana Gaivão, Dia de Festa, de Sofia Bost e Cães que Ladram aos Pássaros, de Leonor Teles. O primeiro tem uma força telúrica e punk surpreendentes. Quanto a Dia De Festa, que esteve presente na Semana da Crítica de Cannes, é uma história de maternidade que nos agarra do começo ao fim e é comandado por uma interpretação do outro mundo de Rita Martins. Por fim, o novo de Leonor Teles é embalado pela música dos Sensible Soccers e vale sobretudo por uma desenvoltura estética poderosa e por um discurso realisticamente político sobre o flagelo da especulação imobiliária no Porto.
Mais para o final do mês, dia 23, chega aos cinemas Patrick, de Gonçalo Waddington, objeto duríssimo sobre uma criança desaparecida que anos mais tarde é descoberta e regressa a casa. Patrick é a descoberta de um cineasta. Um filme urgente e marcado pelo rosto perturbante de Hugo Fernandes, jovem lusodescendente.