• Diários do Festival de san Sebastián – final

Ao contrário do Festival de Veneza , Donostia não tinha máscaras para os festivaleiros, mesmo quando éramos obrigados a usar sempre máscara durante as sessões . Mas o que afligiu os acreditados foi a ausência de locais para tertúlias . Fez pena depois do doc de Matt Dillon, El grand Fellobe, ninguém poder brindar com uma das famosas cañas no bairro de san Telmo ao scat do retratado .
Neste festival talvez fosse também boa ideia erguer o copo a Catarina Vasconcelos e ao seu belo A Metamorfose dos pássaros , doc experimental sobre a perda. Foi um dos filmes mais secretos da secção Zalbategui . Mas brinde maior talvez fosse boa ideia ir para Noite Perpétua , de pedro Peralta, aqui a evocar um episódio negro da repressão franquista. Parece exercício estético mas bate forte no nosso coração .

Para lá dos portugueses , referência para Susanna Nicharielli, cineasta italiana que regressou com Miss Marx, biopic a querer ser punk sobre uma das filhas de Karl Marx. O problema do filme é precisamente querer ser punk à viva força . Finalmente, chegou à competição Supernova, de Harry Macwueen, onde Stanley Tucci e Colin Firth são um velho casal a contas com uma doença degenerativa . Um “tearjerker” assumido que tem uma vantagem : é subtil na sua pieguice .

Vamos ouvir falar muito desta obra toda ela em zona de conforto para espetador aburguesado.