É um dos filmes portugueses em rota para o Festival de San Sebastián, neste caso na competição das curtas. Depois de Ascensão, filme de um único plano, Pedro Peralta explode e afirma-se como cineasta  a ter em conta. Noite Perpétua é de uma beleza assustadora, olhar sobre um acontecimento traumático de uma mãe a deixar os seus filhos numa noite em Castuera, Espanha, em 1939, para “ir” com a guarda civil da repressão falangista.  O pesadelo franquista através de um método rigoroso e preciso onde se constrói uma tensão irrespirável. Pequenos gestos e movimentos de uma mãe a despedir-se para algo que sente ser inevitável.

Ode à maternidade, Noite Perpétua é um pequeno mestrado das possibilidades da linguagem cinematográfica pura e um convite a uma reflexão sobre a privação da nossa liberdade. Olhar para o passado para dialogar um presente onde os extremismos estão à esquina. Filme para estremecer, ora bem….