A SPAMFLIX, plataforma internacional de streaming para filmes culto e outras raridades está agora também disponível em versão mobile, ou seja, os responsáveis acreditam que desta forma as pessoas podem mais facilmente ser seduzidas para ver cinema nos tablets e telemóveis, coisa que para muitos cinéfilos é o inferno dos infernos…
. As novas versões disponíveis para IOS, Android, Chromecast e AirPlay permitem o acesso ao um catálogo com mais de 70 filmes a partir de qualquer dispositivo. A aplicação pode ser descarregada na Apple Store e Google Play Store. Para assinalar o lançamento da app, a plataforma de streaming está com uma promoção até 22 de maio: os novos utilizadores terão acesso a um cupão para assistir a um filme grátis à sua escolha na altura do registo. Cada vez mais, o nosso mercado começa a estar muito vocacionado para o VoD, sobretudo numa altura em que alguns exibidores ameaçam não abrir as salas com as novas regras de segurança perante a epidemia.
De referir que a adesão à Spamflix é gratuita, não cobrando assinatura mensal: o utilizador paga apenas o aluguer do filme que quiser ver, tendo acesso ao mesmo durante 72 horas. O custo de aluguer é de três euros por filme, a maior parte deles obras que não conseguiram distribuição internacional.
O italo-alemão Markus Duffner e a brasileira Julia Duarte, os responsáveis por esta plataforma, responderam a algumas perguntas do Cinetendinha.pt
– Qual o grande objetivo agora em Portugal desta plataforma?
Apesar de sermos dois sócios estrangeiros (um italo-alemão e uma brasileira) e de estarmos presentes em todo o mundo (exceto China), Spamflix é uma plataforma portuguesa!
A Spamflix foi criada e executada aqui. Temos apoio do Portugal 2020, então esperamos que os portugueses possam aproveitar plataforma para ver filmes em casa – ou onde quiserem.
A Spamflix dedica-se exclusivamente a fazer curadoria do seu catálogo com filmes de culto e de os tornar acessível a toda a população online. O nosso catálogo composto por filmes que em Portugal apenas passaram nos cinemas independentes, festivais de cinema, ou nem chegaram cá.
Pretendemos também ter mais filmes portugueses na plataforma. Apesar de não estarem disponíveis em Portugal, e hoje lançámos o filme do Bruno Aleixo em todo o mundo e há poucas semanas Diamantino. Gostaríamos de cada vez mais poder ser um canal para o cinema de culto Português no mundo.
Sentiram que nesta quarentena houve um boom da experiência de se ver cinema em streaming?
Sim, com certeza. A Spamflix já estava no ar há mais de um ano — em que estávamos a estruturar melhor a plataforma — e mesmo antes do lançamento das Apps, em abril, já tinha aumentado o número de visualizações na plataforma. O facto de os cinemas estarem fechados certamente impulsionou o streaming. Mas esperamos que as salas reabram muito em breve, pois nada substitui a sensação de ver um filme numa sala de cinema. Nós não acreditamos no VoD como um substituto desta experiência, mas sim algo que existe paralelamente para tornar mais filmes acessíveis ao público. Esperamos que o streaming não seja a “nova normalidade”.
Têm a noção de que vão concorrer diretamente com a Filmin ? O que vos diferencia?
Não nos vemos como concorrentes diretos da Filmin — somos até pessoalmente amigos, e temos poucos filmes em comum. Achamos que somos complementares.
Acreditamos muito no modelo transacional em vez de subscrição— os utilizadores da Spamflix apenas pagam pelo aluguer do filme — o modelo transacional dá a possibilidade de inúmeras plataformas coexistirem na vida do público. O utilizador não é obrigado a fidelizar-se – pode apenas para ver um título em particular sem compromissos. Além disso, a Spamflix tem uma linha editorial muito focada, enquanto a Filmin é mais abrangente.
Queremos que o público reconheça a Spamflix como uma marca para certos tipos de filmes, fazendo com que ele saiba o que vai encontrar: filmes de culto, género, comédia negra, animação para adultos… até por isso temos este nome bastante controverso, um pouco “incómodo”, que demos em homenagem ao “SPAM” sketch dos Monty Python. A filosofia “nonsense” tem o poder de nos mostrar coisas que conhecemos bem, de uma forma totalmente diferente e por vezes absurdas. O poder de nos dar uma nova perspetiva em algo que tomamos como garantido. Esta filosofia é o fator comum ao longo do nosso catálogo.