O caso do sucesso de O PAI
Num fim-de-semana mais fraco do que anteriores nas nossas bilheteiras (há atenuantes: um derby que parou o país e estreias sem apelo), O Pai, de Florian Zeller, continua a ser aquele que melhor resultados tem apresentado, sobretudo em comparação com o número de sessões da concorrência. Este vencedor do Óscar de melhor ator (Anthony Hopkins) é nesta altura o único filme que está a levar um número considerável de espetadores adultos.
Desde a sua estreia que já atraiu mais de 24 mil espetadores, números superiores a filmes de maior porte como Tom & Jerry e Godzilla vs. Kong.
Prova-se mais uma vez que o efeitos dos óscares é fortíssimo em Portugal. Além do mais, o filme foi lançado com boa promoção e um cuidado em fazê-lo chegar à imprensa: Florian Zeller falou com vários jornalistas portugueses, por exemplo.
Num altura em que há ainda uma timidez forte de muitos espetadores em regressar aos cinemas e o hábito crescente de ver cinema nas plataformas está implantado como nunca, os próximos tempos para o mercado de exibição podem ser decisivos, isto numa altura em que salas como o Trindade, o Nimas e o Ideal provam que o governo português deveria ajudar quem quer apostar em cinemas de bairro.
Filmes como Um Lugar Silencioso 2, Um Homem Furioso e Cruella têm tudo para ajudar a puxar os números que ainda estão baixos. Em junho talvez também seja essencial fazer com que haja permissão para as sessões da noite possam voltar….