Numa semana que é marcado pelo fôlego de Uma Nação, Um Rei, de Pierre Schoeller, o cinema português marca também presença forte. A estreia mais mediática é Gabriel, de Nuno Gabriel, retrato de um pugilista cabo-verdiano em buca do seu pai numa Lisboa com laivos racistas. É um filme que toca em feridas cada vez mais abertas e que aposta num elenco jovem de qualidade, com óbvio destaque para Igor Regalla, que já tinha sido um muito convincente Eusébio em Ruth, de António Pinhão Botelho.
Sem estrear em Lisboa (apenas uma única sessão), O Homem Pykante- Conversas Kom Pimenta, documentário de arquivista sobre Alberto Pimenta, personalidade ímpar das letras em Portugal. Uma obra de Edgar Pêra que nos coloca nas pontas do turbilhão do imaginário de Pimenta. É divertido, fogoso e caótico no bom sentido. É uma trip Edgar Pêra com tudo no lugar…
Comédia sentimental é Miss XL, de Anne Fletcher, com Jennifer Aniston na pele de uma ex-miss que tem problemas com a sua filha, uma rapariga com excesso de peso que decide tentar a sua sorte no concurso de beleza organizado pela sua mãe. Um filme sob o signo de Dolly Parton.
Estreado sem campanha e quase em segredo está o filme de Guilhermo Iván, Bem-Vindo a Acapulco.
Desilusão tremenda é Uma Criança como Jake, de Silas Howard, a história de um casal e as suas reações quando são confrontados com problemas de identidade sexual de Jake, o seu filho de 4 anos. A direção de Howard tem todos os tiques de “indiezinho” que vive apenas do tema. Mas impinge tanto a sua ditadura de “politicamente correcto” que perde qualquer tipo de fascínio..
Em breve, o muito aguardado Us/Nós, de Jordan Peele terá aqui o devido destaque…