Uma das boas estreias da semana está a passar ao lado de muita gente. Numa altura em que só há verdadeiramente um filme a chamar público, Avengers- Endgame, infelizmente, O Mundo é Teu, de Romain Gravas vai ser engolido. Trata-se de uma comédia violenta de um dos novos “enfant terrible” do cinema francês, uma história sobre mudar de vida que é em si mesma um novo “modus operandis” do filme de golpe. Feita com um sentido de ritmo muito espartano, Le Monde est a Toi, tem uma Isabelle Ajdani surpreendente e uma revelação óptima, Karim Leklou.

Quanto a cinema português, louve-se o esforço de Diogo Morgado em Solum. O ator-realizador quis fazer um filme ambicioso “sci-fi” com “twists” e um piscar de olho a obras como Hunger Games. O filme nem sempre encontra as melhores soluções, mas do ponto de vista de produção é de um engenho notável, capaz de transformar os Açores numa ilha paradisíaca de um reality-show e cheia de efeitos visuais.

Até que o Porno nos Separe, de Jorge Pelicano, é a outra estreia da semana. Chega aos cinemas depois do lançamento nos Caminhos do Cinema Português e conta a história de uma estrela de porno gay e da sua relação com a mãe “cota”. Não é o documentário mais inspirado do autor de Pare, Escute e Olhe, mas Pelicano não sabe filmar mal…

Numa altura em que as estreias nem têm qualquer tipo de acompanhamento promocional, chega de forma invisível Mar de Árvores, de Gus Van Sant, filme já com uns anitos de atraso. Matthew McConaughey é um americano que chega até Tóquio para se suicidar numa montanha ao lado do Monte Fiji. Um Van Sant irreconhecível que mereceu a tremenda assobiadela em Cannes.

Em breve darei conta de O Professor e o Louco, com Mel Gibson e Sean Penn e da comédia Seduz-me Se És Capaz, com a dupla Seth Rogen e Charlize Theron.

Boas referências ainda para as animações Ruben Brandt- Colecionador, de Mirolav Krstic e o japonês Mary e a Flor de Feiticeira, de Hiromasa Yonebayashi.

Referência ainda para Operação Hummingbird, de Kim Ngyen, com Jesse Eisenberg e Salma Hayek – no TIFF ninguém amou…

O melhor é mesmo ninguém em Lisboa fugir do IndieLisboa!