Yesterday, o filme de Danny Boyle, é a estrela mais relevante desta semana. O Cinetendinha.pt foi a Londres falar com Lily James, a protagonista desta comédia adorável que imagina um mundo sem os Beatles.

A estrela de Mamma Mia: Here we Go Again é a professora apaixonada por Jack, o pobre músico de bares que pode ser o único tipo no mundo que conhece os Fab Four. Lily James falou comigo sobre a sua relação com a música da banda de Liverpool, revelou que acredita em milagres e recusa a ideia de que a sua personagem é apenas o “interesse romântico”.

 

Que tipo de relação tens com o imaginário dos Beatles?

De alguma forma, penso que os Beatles estão misturados na minha vida. Grande parte do meu gosto musical foi formado pelo pai e ele tinha todas as cassetes com as músicas deles. Lembro-me de ouvir as cantigas deles no carro. Com a chegada deste filme fiz questão de ouvir todos os seus discos. Foi espantoso!

 

De certa forma, o filme revela que a fama e a celebridade não trazem necessariamente felicidade. Tu que és famosa consegues identificar-te com isso?

A felicidade é estarmos rodeados por todos aqueles que amamos. O melhor da vida são os amigos. Fiz recentemente trinta anos e estava rodeada por todos aqueles que amo – nem imaginas como isso é potente! É indiscritível, esse meu aniversário foi puro êxtase! Devo dizer que sempre tive as minhas prioridades na vida muito bem resolvidas, apesar de receber também muito prazer do meu trabalho.

 

Depois de cantares no último Mamma Mia! agora estás num filme com canções mas acabas por não cantar…

Curiosamente, o Himesh Patel fez um álbum de versões dos Beatles e convidou-me para participar numa faixa. Foi uma experiência muito linda que me fez pisar os estúdios de Abbey Road. Enfim, lá tive a minha dose de música!

 

Mas tens uma queda para os filmes com música?

Sabes, adoro música! A música cria cá uma energia!! Mas depois de Mamma Mia- Here we Go Again foi coincidência aparecer Yesterday. Esses filmes foram o meu período feliz. A música deixa-me feliz!

 

Encaras a tua personagem como uma figura meramente de suporte romântico?

Senti que era muito mais do que apenas a namorada de serviço. De alguma forma, é uma mulher com a sua própria vida. O que se passa com o Richard Curtis é que escreve histórias que parecem tradicionais mas que têm sempre uma potência enorme. Trata-se de um argumentista que realça o melhor em nós, capta o espírito da bondade e acaba por idealizar momentos que se tornam imortais. Foi uma alegria poder trabalhar com Richard Curtis. O que ele faz neste filme é contar sobretudo a anatomia de um romance. E quis dar alguma verdade a esta professora. Por isso, fui a escolas e convivi com professoras. Creio que se trata de uma personagem muito rica e com uma extrema modernidade. Adorei interpretá-la em cada momento! Claro que ela é o suporte de Jack, qual o mal? Há pessoas com essa vocação…

 

Antes já tinhas estado em One Red Nose Day and a Wedding, sequela de Quatro Casamentos e um Funeral em formato de  curta, precisamente  escrita por Richard Curtis…

Sim! Foi o máximo poder casar-me com a Alicia Vikander! Conheço-a tão bem e isso ainda tudo mais hilariante. Quando fui convidada para a sequela de Quatro Casamentos e um Funeral fiquei encantada – amo tanto esse filme! Depois, tive ainda o bónus de estar numa cena onde todos os atores do filme estão. Ai! E o Hugh Grant é um ator incrível!

 

Em Yesterday acontece um milagre. Acreditas em milagres?

Não me lembro agora nenhum, mas acredito em milagres! Há momentos na nossa vida que são autênticos milagres.