Listen pode ser realmente candidato?
Depois do anúncio dos quatro filmes que a Academia Portuguesa de Cinema escolheu para a decisão final para o candidato nacional aos Óscares,muitos foram os que se interrogaram se o filme de Ana Rocha de Sousa tinha bases legais para ser o representante nacional devido à larga percentagem da língua inglesa. Segundo o Cinetendinha, a Academia tem essa questão em mente.
Paulo Trancoso, o Presidente da Academia, esclarece tudo em exclusivo para o Cinetendinha.pt.
“para compor a lista das longas-metragens elegíveis à selecção do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional, a Academia Portuguesa de Cinema mantém contacto com a AMPAS (Academy of Motion Picture Arts and Sciences) no sentido de esclarecer dúvidas relativas aos diversos critérios de elegibilidade vigentes nos regulamentos.
É frequente existirem anualmente casos em que determinada candidatura, pelas suas características particulares, carece de um esclarecimento no que aos critérios de elegibilidade diz respeito. Para tal efeito, a AMPAS prevê um mecanismo de avaliação desses casos, cuja responsabilidade na aplicação dos critérios de elegibilidade recai sobre o International Feature Film Executive Committee.
Dadas as particularidades da narrativa do filme que exigem o recurso à língua inglesa e portuguesa, tendo cumprido os demais critérios de elegibilidade, e após consultar o International Film Executive Committee, a Academia Portuguesa de Cinema decidiu considerar o filme elegível à candidatura.
Na eventualidade de o “Listen” ser seleccionado após o período de votação dos membros, a candidatura será avaliada em detalhe pelo International Film Executive Committee (tal como todos os filmes apresentados pelas Academias dos países candidatos), que deliberará sobre a sua elegibilidade. Nos casos em que, após análise detalhada, uma candidatura é rejeitada, a Academia do país correspondente terá então a possibilidade de submeter um novo filme candidato”.