Um “biopic” que não ilustra. Um “biopic” que torna António numa espécie de santo, entre os pecados e o sonho. Não tem os lugares comuns da mitologia do conto de ascensão nem a encomenda da psicologia do peixe fora de água. João Maia conta-nos a história de Variações, o músico mas também o homem. Com um orçamento de cinema português, não quis fazer um retrato completo, preferiu filmar uma vibração única e eminentemente musical, mas sempre derivada das profundezas de algo que é muito íntimo e profundo. E dessa profundidade testemunhamos a subtil transformação de Sérgio Praia, ator que alcançou aquilo que de mais secreto António Variações tinha.

Variações é uma excelente primeira obra e uma via para um cinema português que quer contar histórias sem estupidificar o espetador….