Olhar o século XX como património de uma demanda nebulosa. É esse o propósito de Lazló Nemes, cineasta de O Filho de Saul, aqui a contar uma história de uma mulher que regressa a Budapeste para trabalhar numa loja de chapeleiros que pertenceu aos pais. Írisz acaba por ser testemunha dos eventos que conduzem à I Guerra Mundial.
Anoitecer é uma experiência de filmar a História à prova de clichês. A câmara de Nemes parece ter um magnetismo paranormal. O espetador cola-se ao rosto dos atores, a todo aquele trabalho coreográfico e de lá não sai. No limite, acaba por ser bem mais revolucionário do que O Filho de Saul.
Nemes é um autor único no atual contexto internacional do cinema “art house”.
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