Diários do Festival de San Sebastián
dia 1
https://www.youtube.com/watch?v=d11-NLbjT3M
Um Woody Allen a abrir com um filme sobre o Festival de San Sebastián parecia ideia simpática. Mas esta sátira aos festivais de cinema não é simpática. Woody gozar com o ego dos autores é apenas exercício de ajuste de contas cinéfilas. As piadas são falhadas e Wallace Shawn como seu alter-ego é um tiro falhado. Rifkin’s Festival é provavelmente o seu pior filme dos últimos anos. Parece uma encomenda que tem até a adenda de promover turisticamente San Sebastián.
Felizmente, Florian Zeller adaptou a sua peça The Father e aí sim houve boa surpresa. Surpresa no sentido em que o homem filma uma história em huis clos com uma frescura estética incrível e sem respeitar o texto original da sua peça. Tem um Anthony Hopkins com uma mão cheia de Oscar clips, uma Oliva Collman menos enjoativa do que em The Crown e uma claustrofobia de meter respeito.
De resto, em San Sebastián espera-se por Johnny Depp, na cidade para promover um documentário que produziu sobre o vocalista dos The Pogues, Shane McGowan e por Elana Anaya, a musa de Woody Allen.
Tudo isto num festival que obriga todo o público a nunca tirar a máscara e a estar sempre separado com uma cadeira ao lado. Não há filas, todos respeitam a distância social mas o ambiente está algo pesado – obviamente não há salas VIP nem festas de abertura…Ainda assim, as esplanadas estão a aborratar e a imperial (caña) serve-se fresca.