Feliz é o festival que consegue a estreia mundial de Hotel Império, de Ivo M. Ferreira, com Margarida Vilanova, uma crónica de um certo fim de Macau tradicional. Uma história sobre um hotel decadente em Macau e a sua especulação imobiliária. O realizador de Cartas de Guerra filma tudo com uma suavidade descomunal. Suavidade e sensualidade. Numa festa aqui no festival, Ivo dizia-me que Cartas da Guerra e este são apenas ensaios para o próximo, o projeto sobre as FP 25 de Abril. Mas que ensaios…
Em Pingyao encontro também cineastas a pedirem-me a minha ajuda. Dominga Sotomayor quer talvez passar uma temporada em Portugal e situar a ação do seu próximo filme em Lisboa. Também Beatriz Seigner, cineasta de Los Silencios, diz que gostaria de apresentar o seu filme num festival em Portugal, de preferência o Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, onde já tinha estado.
Entretanto, Marco Muller, o diretor do festival, jura-me a pés juntos que apesar do sucesso desta edição, o Festival de Pingyao não quer crescer. Quer continuar a ser um “boutique filme festival para o povo”. Poucos e bons filmes. Ora aí está uma boa decisão…