Lukas Dhont é o cineasta europeu mais premiado do ano (venceu em Cannes o Un Certain Regard, vai representar a Bélgica nos Óscares, foi premiado em San Sebastian como o prémio do público) e venceu sem problemas o Festival de Zurique, história de uma menina bailarina que nasceu no corpo de um menino. O filme manipula o espetador um pouco demais mas tem uma mistura de fantasia cinematográfica com realismo extremo que me deia de pé à frente.

Pé à frente também para The Favourite, do grego Yorgos Lanthimos, que deverá chegar sem problemas à temporada dos prémios. Yorgos volta a aplicar o seu humor cirúrgico e demente , desta vez para contar a história da loucura da rainha Anne. Muito mais do que um “great lesbian show”, o filme é um entretido exame sobre a malícia feminina.

Enquanto isso, a organização do festival congratulou-se com a marca dos 100 mil bilhetes vendidos. Foi a primeira vez. Só não perdoou a boa gente de Zurique por não ter comparecido à estreia de Terra Franca, de Leonor Teles, que competia na secção dos documentários. Senti-me sozinho naquela sessão…E Terra Franca merece 100 mi casas cheias!