E depois da guerra com a Universal sobre a comissão do valor de cada bilhete, a NOS Audiovisuais perde os filmes do gigante de Hollywood. Em Portugal o cinema desse grande estúdio passa a ser distribuído pela Cinemundo. Resta saber se as salas da NOS vão continuar a recusar a passagem dos filmes…Assim de longe, essa saída de catálogo pode levar a que a Fox, agora da Disney, possa passar para NOS, distribuidora que sem a Universal não teria problemas em acolher esse estúdio, sobretudo devido ao controlo das autoridades sobre uma possível situação de monopólio. É o nosso mercado a adaptar-se ainda ao poderio Disney em Hollywood…

 

Passa-me pelos olhos a informação de que a cerimónia dos Óscares teve recordes negativos de audiência. Mesmo com um ano com muitas vedetas presentes e filmes populares nomeados, é preciso não esquecer que Parasitas é um filme legendado. As legendas continuam a meter medo aos americanos. Todas as revoluções têm um preço. A Academia ganhou prestígio mas terá perdido impacto popular. Para o ano, tenho receio que “blockbusters” populares da DC ou da Marvel possam começar a entrar na lei das compensações. Ou então é tempo de se pensar que os Óscares passam bem sem audiências estratosféricas…

A caminho de Berlim reparo na beleza inqualificável do poster de A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, o único filme português presente no festival. Mas reparo que nas redes sociais há gente a sugerir cópia com Lázaro Feliz, de Alice Rohrwacher. Fico na dúvida se não será aquela eterna pequena inveja interna. Seja como for, vou desconfiado para uma Berlinale em renovação e que no primeiro ano de Carlo Chastrian continua a não atrair peixe graúdo embora prometa mil e uma descobertas.

Estaremos a precisar de um outro festival de novas esperanças?