Patrick Hughes
“ Estes filmes deixam um tipo física e criativamente exausto”
É um dos realizadores de cinema de ação protegido pelo estúdio Millennium. Patrick Hughes, conhecido por Os Mercenários 3 e pelo anterior O Guarda-Costas e o Assassino. Agora está de volta com O Guarda-Costas e a Mulher do Assassino, bastante mais divertido e eficaz que o primeiro. Um especialista a cruzar farsa e cenas de ação desmedidas. O Cinetendinha apanhou-o no intervalo da rodagem de uma monstruosa perseguição nas ruas de Trieste.
Esta é uma longa rodagem e vejo muitos técnicos e um aparato desmesurado aqui em Trieste. Como se consegue motivar uma equipa contra o cansaço e as dificuldades logísticas de uma super-produção? Não vale responder que todos são profissionais…
O pessoal habitua-se! Quando se trabalha em filmes desta escala a única coisa que há que fazer é mentalizarmo-nos que isto é uma maratona! A minha prioridade é cuidar da minha saúde mental. Fisicamente estou apto, mas seis meses disto há que estar preparado…É importante estabelecer o seguinte desafio: ficar mentalmente forte! Estes filmes deixam um tipo física e criativamente exausto. O meu segredo é no dia de folga não falar com ninguém. O silêncio torna-se precioso. É também importante fazer exercício, ir para o ginásio de manhã e atacar comida saudável. Estou ainda a filmar pela primeira vez sem cafeína…Vamos ver o que me acontece. Em O Guarda-Costas e o Assassino bebia 6 canecas por dia…Agora só bebo uma de manhã.
Sentiu os efeitos nefastos do café?
Olha, o que senti é que isto é a minha profissão e que era importante encontrar uma maneira saudável de aguentar o esforço. Queria remover um excesso de estimulantes…Foi uma resolução que surgiu com anos de experiência…Como isto é uma maratona torna-se fundamental estarmos preparados. Não quero ficar queimado!
E está contente com o resultado?
As filmagens estão a correr bem…E o mote deste filme pedia belas vinhas, hotéis deslumbrantes, a costa amalfitana e iates, enquanto que o outro era mais citadino, entre Londres e Amesterdão. Disse à Millennium que tínhamos de começar o filme em Capri e eles aceitaram. A culpa é deles!
Assume-se como cineasta de cinema de ação?
Sim, mas tudo o qe sai deste filme é através do humor, um humor real que vem das experiências das personagens. Tudo está muito bem equilibrado. O nosso tom vem da melhor comédia que, por sua vez, vem da honestidade, tal como já acontecia no primeiro filme. O que é engraçado com o guarda-costas é que no primeiro filme é visto como um super guarda-costas e agora tudo lhe é tirado. Michael está mesmo a sofrer… Para mim, é divertido balançar tudo isso com a ação. Atenção, adoro filmar sequências de ação mas é muito estimulante trabalhar com estes atores.
https://www.youtube.com/watch?v=pXPZamMSbfQ